segunda-feira, 30 de julho de 2012

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Das antigas





( Fonte: http://www.propagandasantigas.blogger.com.br/ )
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Jovem Guarda




A partir da década de 1950, o cenário cultural brasileiro passou a vivenciar tempos de impressionante efervescência. Em virtude da popularização dos meios de comunicação e do contato com manifestações de outros países, a juventude brasileira experimentava novas formas de expressão que os inseria enquanto agentes ativos de sua cultura. No campo musical, o rock’n’roll caía no gosto de vários jovens que se identificavam com as músicas e a letras de Elvis Presley, Chuck Berry, Beatles e Rolling Stones.

Essa nova sonoridade experimentada motivou diversos jovens a reproduzirem esse novo gênero com letras ambientadas em cenários urbanos brasileiros. Novos cantores e bandas apareciam na cena musical da época, como os reis do “iê, iê, iê” embalados pelo som das guitarras elétricas e do ritmo ditado pelas baterias. Nesse mesmo período, a TV se torna o grande espaço de popularização de artistas como Roberto Carlos, Wanderléia, Erasmo Carlos, Sérgio Reis, Os Vips, Golden Boys, Jerry Adriani e Ronnie Von.

O aparecimento desses artistas acabou instituindo o movimento da “Jovem Guarda”, nome originalmente retirado do programa televiso da Record criado em 1965. Um dos fatores que possibilitaram a ascensão destes novos grupos e cantores na TV foi o espaço deixado pelos clubes de futebol, que haviam proibido a transmissão televisiva de suas partidas. Não por acaso, a entrada pela TV favorecia o uso do visual moderno e das performances agitadas entre aqueles que se apresentavam nos programas do período.

Em suas letras, os cenários harmoniosos e as paixões adolescentes eram recorrentes no canto daqueles novos artistas. As situações cotidianas representadas por meio dessas canções eram geralmente dotadas de um clima descontraído e por situações de natureza cômica. A euforia de um beijo roubado, o passeio de carro pela cidade ou a ida ao cinema se tornavam pano de fundo de situações ficcionais que povoavam o imaginário dos fãs daqueles jovens ídolos.

Apesar da fama alcançada, a Jovem Guarda também foi alvo das críticas dos que compreendiam a inserção do rock e o uso das temáticas românticas como uma total falta de compromisso para com os problemas vividos no país. Essa parcela de jovens e artistas avessa ao “iê, iê, iê” estava preocupada em utilizar a arte como instrumento eficaz para se discutir os problemas vividos no país. Muitas vezes, os membros da Jovem Guarda eram desvalorizados pelo tom “alienante” de suas canções.

Essa disputa ocorrida entre os “engajados” e o pessoal da Jovem Guarda chegou a estabelecer uma disputa de audiência nos meios de comunicação da época. Nesse mesmo período, um outro programa de televisão chamado “O Fino da Bossa”, apresentado pelos cantores Jair Rodrigues e Elis Regina, fazia diversas críticas contra as opções estéticas e temáticas dos cantores da Jovem Guarda.

De fato, essa disputa demonstrava a grande efervescência cultural do cenário musical brasileiro durante a década de 1960. Com o passar do tempo e o amadurecimento do público fiel à Jovem Guarda, muitos de seus artistas se aventuraram em outros campos da música. Essa situação pode ser vista através da carreira de Roberto Carlos, que nas décadas seguintes se transformaria em um dos maiores representantes da música romântica no Brasil.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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Este epaço será usado para escrevermos e até, quem sabe, debatermos o que não podemos fazer na rádio por falta de espaço.

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