sexta-feira, 24 de agosto de 2012

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Musas que marcaram época: DJENANE MACHADO ATRIZ DOS OLHOS ESMERALDA



Djenane Vasconcelos Machado, mais conhecida como Djenane Machado (Rio de Janeiro, 10 de junho de 1951), é uma atriz brasileira.

Filha de Carlos Machado, o rei da noite carioca nos anos 50 e 60, ela cresceu entre a produção de shows e espetáculos de teatro já que sua mãe também era membro ativo da companhia como figurinista.

Na TV, onde faria a maior parte da sua carreira, Djenane estreou em junho de 1968, na Rede Globo, com a novela Passo dos Ventos de Janete Clair com supervisão de Gloria Magadan, vivendo a personagem Hannah. Era uma daquelas trágicas histórias de amor com toques de magia negra e estrelada por Carlos Alberto e Glória Menezes.

No ano seguinte, 1969, Djenane faz três telenovelas na Globo: Rosa Rebelde, A Ponte dos Suspiros e Véu de Noiva e um filme, A Penúltima Donzela. Em Rosa Rebelde, estrelada pelo casal Glória Menezes e Tarcísio Meira e a última novela estilo dramalhão mexicano ou cubano da TV Globo, ela viveu a personagem Conchita; já em A Ponte dos Suspiros, a estréia de Dias Gomes como autor de novelas, Djenane viveu Branca e a dupla central era Yoná Magalhães e Carlos Alberto. Em Véu de Noiva, a novela de Janete Clair que marcou a estréia de Regina Duarte na Globo e um novo período dramatúrgico na emissora com textos mais atuais e arejados, Djenane conquistou o público com sua Maria Eduarda.

No cinema, onde marcou presença constante também, Djenane estreou em A Penúltima Donzela, uma fita dirigida por Fernando Amaral e com Paulo Porto, Adriana Prieto, Carlo Mossy e ela nos principais papéis.

A telenovela seguinte foi em julho de 1970, também de autoria de Dias Gomes e ainda na TV Globo, Assim na Terra como no Céu, a estréia de Francisco Cuoco e Renata Sorrah na emissora. Ela interpretou Verinha, nesta que foi uma novela que conquistou a crítica e o público, que se acostumou a partir dela a ver telenovelas às 10 da noite.

Mas a consagração chegou em 1971 com a Lucinha Esparadrapo de O Cafona, novela de Braúlio Pedroso. Ela foi inclusive tema de uma das principais músicas da trilha da novela, cantada por Betinho. A personagem de Djenane Machado era uma hippie e vivia em uma comunidade ao lado de Ary Fontoura, Carlos Vereza e Marco Nanini.

REVELAÇÕES DE UMA EX-MUSA


Atriz de sucesso nos anos 70, ela sumiu da tevê por abuso de álcool e drogas, curou-se com terapia e agora escreve seu segundo livro de poesias

Márcia Montojos

Quando anda pela ruas de Copacabana, bairro onde mora há mais de 20 anos na zona sul do Rio, Djenane Machado ainda é abordada por admiradores que não entendem seu sumiço da televisão e cobram sua volta. Afinal, a atriz de belos olhos verdes e corpo de bailarina marcou uma geração, que nos anos 70 se deliciava com suas personagens despachadas, como a Lucinha Esparadrapo de O Cafona (1971) ou a Glorinha de Estúpido Cupido (1977). Na mesma época, era uma das vedetes mais requisitadas dos espetáculos produzidos por seu pai, Carlos Machado, conhecido como o rei da noite. “Era maravilhoso me ver naqueles cartazes enormes nas portas dos teatros”, recorda a atriz, que se recusa a revelar sua idade. “Bota aí que estou fazendo 200 anos em junho”, brinca. Djenane tem 59 anos e atualmente dedica-se a escrever seu segundo livro de poesias.

Bonita, talentosa e versátil, Djenane tinha tudo para seguir uma carreira de sucesso. Mas as drogas e o álcool foram afastando os convites. Os constantes atrasos às gravações irritavam a direção da Globo. “Por ser espiritualista, o (diretor Augusto César) Vanucci era mais tolerante, mas o (então diretor José Bonifácio de Oliveira Sobrinho) Boni ficava uma fera comigo”, conta. Sua situação, que não era confortável na emissora, agravou-se ainda mais, quando, em 1974, abandonou, sem qualquer aviso, o elenco da primeira versão do seriado A Grande Família, no qual vivia a personagem Bebel. “Eles colocaram a Maria Cristina Nunes da noite para o dia e ninguém entendeu nada”, recorda. Ela explica seu comportamento dizendo que preferiu sair para ajudar o pai, que perdia público no show Hip Hip Rio, no Teatro Serrador, no centro da cidade. “Gravava mais de doze horas e faltava aos espetáculos”, diz. “Após a falência de papai, tornei-me peça fundamental em sua recuperação financeira.”


Depois disso, só voltou à Globo em 1977 para viver a Glorinha, em Estúpido Cupido. Mas não foi fácil. Carlos Machado teve de pedir a Boni, na época diretor artístico da emissora, para que Djenane fosse escalada para alguma produção. “Boni aceitou porque devia favores a papai”, revela. Segundo ela, Carlos Machado costumava atender às solicitações de Boni, então casado com a vedete Laís Simões, para que liberasse sua mulher mais cedo vez por outra. “Apesar dessa nova oportunidade continuava bebendo e usando anfetaminas”, diz ela. Mas não voltou a cometer os erros do passado durante as gravações da novela, segundo o diretor da trama, Régis Cardoso: “Adorava trabalhar com ela, é uma atriz que me contagiava pelo talento”, diz ele. Djenane ficou na Globo até 1981, quando estrelou o musical Saudade Não Tem Idade, ao lado do ator Ney Latorraca. “Foi um dos melhores trabalhos que realizei na televisão”, avalia.

Apesar do perfil bem-humorado da maioria de suas personagens, ela diz que na vida pessoal sempre cultivou uma dose de melancolia. “Achava que fossa dava ibope. Minha ‘ídola’ era Maísa, de quem fui muito amiga.” Motivos não faltaram para a atriz entrar em depressão. Perdeu o segundo marido, o empresário Reinaldo Curi, de aids, quando estava separada havia cinco meses, após seis anos de casamento. “Sabia que ele era bissexual, mas durante nosso relacionamento garanto que ele não teve nenhum affair, ele era muito íntegro.” Ela conta que teve medo de fazer o teste, o que só aconteceu quando foi parar no hospital, numa das crises com drogas. Sua mãe mandou realizarem o exame sem seu conhecimento. “Tentava me matar, mas deixava o dinheiro da feira na porta da geladeira. Acho que queria aparecer e não morrer.”

Sozinha e sem trabalho, dedicou seu tempo a cuidar dos pais até eles morrerem, em 1992. Carlos, de problemas cardíacos, em janeiro, e Gisela, figurinista dos shows do marido, cinco meses depois, deprimida com a viuvez. No mesmo ano, decidiu se tratar. Procurou a amiga Odete Lara, que a aconselhou a fazer análise pelo processo Fisher Hoffman. Foram oito dias num sítio na região serrana do Rio, em que espancou almofadas e reviveu momentos da infância. “Já havia tentado os Alcoólicos Anônimos e outros métodos, mas esse foi uma verdadeira mágica”, festeja. Curada, vive atualmente do aluguel de dois apartamentos que os pais lhe deixaram. Mas ela diz que gostaria mesmo é de voltar a atuar. “Acho que está na hora”, diz ela, prometendo fazer o pedido ao diretor Daniel Filho, tão logo surja uma oportunidade. “Ele é maravilhoso”, elogia.


ATUALMENTE



“Já havia tentado os Alcoólicos Anônimos e outros métodos, mas esse foi uma verdadeira mágica”, explicou. Curada, vive atualmente do aluguel de dois apartamentos que os pais lhe deixaram. Mas ela costuma dizer que gostaria mesmo é de voltar a atuar.




(Fonte: Blog Retrô: Vamos lembrar! )

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